domingo, 3 de março de 2013

an officer in your backseat




Nunca primei por cumprir com rigor o código da estrada. Mesmo nas barbas da policia sou capaz das maiores obtusidades. 
Uma vez perseguiram-me durante 500 metros numa rua estreita com as luzes e sirene ligadas e eu, feita ursa, ainda acelerei o mais que pude para chegar rápido a um ponto em que conseguisse dar-lhes passagem... "vão com pressa" pensei... iam, efectivamente, com alguma pressa para me multar depois de eu ter pisado um traço continuo com eles imediatamente atrás de mim. 

A partir de agora nada será como dantes. O meu filho do meio descobriu o velocímetro e está sistematicamente a verificar se estou a cumprir com o limite. Convém relembrar que o meu filho do meio é o polícia da casa.
Como é que se explica a uma criança de 5 anos que é aceitável seguir a 70 numa rua vazia quando um raio dum sinal tem bem explícitos 50? Não se explica, tira-se o pé do acelerador.

"Mãe, aqui é 70, vais a 72..."

Toquezito no travão, desço para os 68.

"Agora é 60... "

Abrando mais um pouco.

"50... 50.. outra vez 50? Porque é que repetem os sinais? Já tinham dito lá atrás!"

"Alguém pode não ter visto o anterior... ou ter entrado só agora nesta estrada."

"Ok. 50... 50... já me estão a 'inrritar'!"

Eu é que começo a ficar 'inrritada' mas lá continuo, cheia de paciência, em ritmo domingueiro.

"40! Finalmente!"

Abrando para os 35... uma placa azul com um 'L' na traseira dava jeito, neste momento. Começa a formar-se fila atrás de nós. E desta vez, para meu azar, não é a polícia.

"Mãe, porque é que o senhor está a apitar?"

"Deve estar com pressa Ti..."

"E não deve ter visto o sinal 40!"

<Fóóóm, fóóóóm, fóóóóóóóm>

"Pois não deve ter visto Tiago, não deve ter visto..."

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