domingo, 26 de maio de 2013

the weight of silence



"Com três meninos tem uma casa cheia!"

Ouço esta frase sistematicamente e não há como não concordar. A casa está sempre cheia. De gente, de movimento, de barulho. Gasto metade do meu tempo em tentativas (vãs) de criar condições favoráveis ao conforto doméstico:

"Podem baixar o som da televisão?"

"Pouco barulho!"

"Não gritem!"

"Té, larga o Ti..."

"Tommy, pára de jogar e mete os teus irmãos na ordem!"

"Estejam quietos, por favor..."

"Baaaanhoooo!!!"

"Quem armou esta confusão?"

"Importam-se de me deixar cozinhar?"

"Esperem que eu tenho de fazer uma coisa no computador... Té, larga o rato!"

"Não se faz nada nesta casa!"

Mentira. Faz-se tudo. Sem eles é que não faço nada. Foram almoçar a casa dos tios e eu estou aqui, bloqueada, sem o som da Xbox, da Wii, do SpongeBob  e dos gritos da Té. Ouço ao longe um programa de culinária da SicMulher, sugerindo-me a preparação de uma refeição que é hoje desnecessária. O tempo não passa. Venham lá rápido desse almoço que este silêncio e esta paz estão a matar-me.

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