segunda-feira, 29 de julho de 2013

"Pim, pam, pum!"



Uma das grandes vantagens de se ser criança é a forma simples como se gerem conflitos nesta fase. Se há um desacordo, a coisa resolve-se mediante fáceis e lógicos critérios de decisão arbitral usados, geralmente, pela ordem que se segue:

1.      O mais velho, porque é mais velho, decide e pronto;

2.      O mais velho, porque é mais velho e é maior, ameaça partir para a violência e pronto;

3.      O mais velho, porque é mais velho, é maior e é mais forte, dá uma palmada nos outros e pronto.

Nos casos (esporádicos) em que não é obtido um consenso após a aplicação das medidas anteriores recorre-se a um indiscutível 'pedra-papel-tesoura' ou a uma 'lenga-lenga'.

Quem dera a nós, adultos, seres aborrecidos e complicados, podermos erguer-nos a meio de uma reunião de trabalho e gritar:

"Pim, pam, pum, cada bola mata um, p'rá galinha e p'ró perú, quem se livra és mesmo tu! Ganhou o Fonseca. Vamos almoçar. O último a chegar à cantina é uma batata podre!"

Cá em casa, a Té, na sua condição de mais nova, mais pequena, mais fraca e com (ainda) limitadas capacidades oratórias criou uma lenga-lenga muito simples que lhe garante a obtenção da razão. Reza assim:

"Pim, pam, pum. Sou eu!"

Resulta? Não, mas toda a gente se ri. E quem conquista a simpatia dos outros conquista a sua boa vontade. Há melhor modo de levar a nossa avante?


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