domingo, 15 de setembro de 2013

"não fui eu!"



Barra. O trio está com os primos dentro de casa. Alguém grita, alto o suficiente para se ouvir no jardim. Respiro fundo e levanto-me para ir impor alguma ordem. Contra todas as expectativas, no momento em que rodo a maçaneta da porta, reina um silêncio sepulcral...

<mau... algo se passa...>

Os mais novos e um dos primos estão perfilados no corredor, muito direitos, com os braços estendidos ao longo do corpo.

"Então meninos?"

"Estamos à espera da nossa vez. Estamos a ser interrogados."

Entro na sala e encontro o Tommy, com o semblante carregado, sentado em frente à prima, que, com a cabeça baixa e as mãos sobre os joelhos,  responde às perguntas que lhe vão sendo apresentadas.

"Filho, o que é que se passa aqui?"

Rasga-me um sorriso afável e explica:

"Não há outro modo de resolver as brigas deles. Cada um diz que a culpa é do outro. Estou a recolher, individualmente, as versões de cada um para perceber quem é que está a dizer a verdade."

Regressa à postura de agente stasi e faz mais uma pergunta.

Saio da sala. Os outros três continuam hirtos, encostados à parede. Sussurro-lhes:

"Mantenham-se assim, direitinhos e caladinhos. Vão ver que não vai custar nada."


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