quarta-feira, 13 de abril de 2016

I survived the Crush's Coaster



Parque Disney, 30 de Março. As condições atmosféricas são tais que, em alguns momentos, chego a sentir inveja da Daisy deitada numa mantinha, a salvo da chuva e do frio, na sua box do hotel canino.

Abrigamo-nos da intempérie por uma hora para comer uns hambúrgueres. No meio de tanto menu (ao preço de uma refeição num qualquer restaurante da Invicta premiado com uma estrela Michelin) sobram duas colas. O avô decide trazê-las. A última coisa que apetece com um tempo destes é uma cola fresquinha mas dois copos cheios não se deitam ao lixo, lá isso é verdade.

E agora? Vamos onde? Aos pára-quedas do ToyStory! Não, está muito mau tempo para diversões ao ar livre. Vamos antes ao Animagique. Não dá, a próxima sessão é só daqui a uma hora… Nemo! Vamos ao Nemo! A Té não pode ir ao Nemo. Pode, pode, o Ti andou no Nemo com a idade dela! Sim, e saiu em transe!... A Té diz que consegue. Pensando bem, é menina para aguentar o Nemo e, se não quiser, sempre pode ficar com os avós enquanto nós vamos com os rapazes. Siga para o Nemo, a passo rápido, que a chuva está cada vez mais forte.

Onde vamos, pergunta o meu pai. Ao Nemo. Ok, vou também. Não posso acreditar! Ouviram isto? O avô vai ao Nemo! Avó, tens de vir! Até o avô vai!

40 minutos, diz a placa. Quarenta minutos sem apanhar chuva parecem-me bem. Té, tens a certeza que queres vir? Pai, mãe, vêm mesmo? Óptimo, assim vamos todos.

A meio da espera o meu pai repara que o nome da coisa não é Nemo mas sim Crush’s Coaster (from the Nemo movie…) e toma consciência de que o que se segue pode ser algo mais do que um espectáculo de animação. Pergunta-me se é algum tipo de montanha russa ao que eu não tenho outro remédio senão responder que sim. Estás a tempo de voltar para trás, se entenderes… talvez seja melhor... tu não és nada destas coisas. O meu pai pondera. O Tommy agarra-se-lhe ao braço e transmite-lhe a confiança necessária para enfrentar os próximos 20 minutos de zigue-zagues.

Chegados, finalmente, aos torniquetes, dividimo-nos em pares. A Té, pelo sim pelo não, quer ir com o pai para se sentir mais segura. O Tommy segue com o avô e o Ti leva a avó pela mão enquanto lhe explica que se fechar os olhos o tempo todo não custa nada. Eu fico para o fim e sento-me ao lado de uma “single-rider” com quem não posso partilhar as minhas angústias. 

Arrancamos. Assim que começamos a subir e vejo o tubarão penso na pobre da Teresinha. Por mais destemida que seja, para os seus recém-completados 6 aninhos, isto vai ser demasiado duro. Agora não há nada a fazer, resta-me segurar o almoço no estômago e esperar que termine.

Acaba rápido, ao menos isso. Sou a última a sair. Estão todos de pé (o que já é bom) junto ao gradeamento. A Té sorri, vitoriosa. Boa! Os rapazes e o André estão óptimos. Os meus pais também parecem bem. Bem… o meu pai tem dois copos vazios na mão… e um litro coca-cola nas calças. Quem, além do avô Nino, se lembraria de guardar copos cheios nos bolsos dos jeans? Quem, além do avô Nino, entraria numa montanha russa com copos cheios nos bolsos dos jeans? Quem, ao entrar numa montanha russa e ao sentir o assento molhado, imaginaria que é apenas coca-cola que acabou de derramar dos copos que estavam nos bolsos do passageiro anterior?

Fica um vídeo "on ride" para dar uma ideia aos que não conhecem de como é a cena. Se forem à Disney não deixem de andar, que vale a pena. Pese embora a garantia do meu pai de que só não salvou as colas porque não teve cuidado ao baixar a barra de protecção, recomendo que deixem as bebidas à porta.  

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